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Hoje, por muito estranho que isto possa soar, estive a falar com a Z. Começámos por falar do assunto «tabaco» (nada clássico, como podem ver). Assim que eu pronunciei esta maldita palavra, ela exaltou-se comigo, como nunca a tinha visto antes.
Começou por me dizer que não me queria ver mais com o A., que não era o tipo de amigo que eu devería ter, que andava envolvido com outras substâncias mais perigosas (nada, também, que ninguém não soubesse já) e, portanto, acabavam-se as saídas e todo e qualquer tipo de contacto com ele. (Pobre rapaz, há já um x de tempo que nem nos falamos).
Eu, na minha complacente ignorância, limitei me a dizer: Mas Z., não achas que eu sei pensar por mim própria? Acho que a pergunta que deverias ter feito, não é "Quem" «fuma», mas antes, "Quem" não «fuma». É que se eu alguma vez tivesse sido irresponsável, ou prejudicado alguém... Caramba, ainda sei fazer as minhas escolhas!
Mas ela, cerrou-me com um: "Estás avisada."
Uh, o quão perturbador pode ser esta palavra. Não, sinceramente, o mais revoltante, é que para além de todas as provas que lhe tenho demonstrado ao longo de tanto tempo, a Z. não me conhece minimamente. Somos duas estranhas que se fingem conhecer desde sempre.
Será que ela acredita mesmo que ainda se é possivel viver naquele conto de fadas, há tanto por ela idealizado? Ou será que é o amor que nos acorrenta àqueles de quem mais gostamos que nos impede de acreditar naquilo que tememos acreditar?
Lamento, Z., mas eu cresci, mudei, mas o Mundo também. E, afinal, já não existem contos de fadas.