Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

24
Dez11

Retratos daqui

Catarina Watson.

Natal, natal. Mais natal. Confesso que, este ano, devido a certas e determinadas circunstâncias, o espiríto natalício foi coisa que não simpatizou muito comigo.

Digo isto, porque muita gente se mascara, disfarça a sua natureza de sorrisos e falsa bondade, mas o seu íntimo resume-se a nada.

 É certo que vivemos uma época na qual «crise», «medidas de austeridade» e «contenção» são uma constante. Dissertam-se opiniões acerca do mais correcto a fazer, criticam-se os governantes, atiram-se soluções ao ar, prediz-se o futuro do nosso país. Os mais poderosos usurpam os que têm menos posses, utilizando-os em seu proveito. Vivemos numa sociedade “elitista”, onde se privilegia o poder.

Temáticas bastante controversas como fome, solidão, desigualdade, injustiça, corrupção e precariedade, são manchetes de jornais diariamente, e que transcendem todo e qualquer breve comentário.

Portanto, eu não quero estar aqui com aquelas frases bonitas e sonantes que, sinceramente, começam-me a irritar profundamente.

Deixo-vos antes aqui o meu mais singelo apelo para aqueles que falam, criticam, passem a agir.

Aproveitanto esta quadra natalícia, porque não participar nos programas de voluntariado que se esforçam por proporcionar alguma dignidade a quem tem menos posses, ou apoiar monetariamente, e  dentro da medida de cada um, essas instituições.

Esforcemo-nos então para - não diria erradicar  mas- tentar reverter, ou minimizar, todas estas situações. Contribuemos, mais e melhor, como cidadãos activos conscientes e responsáveis que somos. Desempenhemos então o nosso papel. Só assim poderemos obter uma sociedade mais activista, empreendedora, tolerante.

E, claro, termino desejando-vos não um feliz natal, mas que sejam felizes, e que nos unamos neste ano que se segue, para uma sociedade melhor para mim, para si, para todos nós.

Tumblr_lwp2wxfeac1qdepw5o1_500_large

18
Dez11

Quando veio, mostrou-me as mãos vazias.

Catarina Watson.

 E mais uma vez suspira, revive tudo novamente. Depois chora. Sorri ao mesmo tempo, aliás. Decide abraçar-se aos sonhos e despir-lhes as aparências. Grita sozinho, retrai-se, esconde-se. Por momentos acha-se detentor do Mundo inteiro e que sim, é capaz. Finalmente, embate na realidade agreste e, então, repara que toda a sua alma sangra. Unica e exclusivamente devido à sua incessante ingenuidade.

5117639829_7b56c494e9_z_large

13
Dez11

"Esta noite sou don(a) do céu"

Catarina Watson.

E, metaforicamente falando, sobrevoou toda a cidade, naquela noite. Por muito estranho que parecesse, tudo se assemelhava ao que idealizara previamente: as cores, os sons, os cheiros, tudo contribuía para uma sinestesia perfeita. A sua alma fundira-se com a lua, e eram um todo, num instante. Saltitou por entre as várias perspectivas, inspirou o maior número de vezes possível. Queria tê-la dentro de si: à cidade, à noite. Queria suportar tudo aquilo dentro de si, resguardando-as com o máximo de cuidado, para que não corresse o risco de lhe escapar um qualquer pormenor.

Espremeu o máximo que conseguiu, rodopiou em volta de uma estrela e, por fim, sentou-se no seu topo. Lá, tinha uma vista inigualável em comparação com qualquer outra parte. Depois, sorriu. Semicerrou os olhos e recordou-se do quão se podia orgulhar de si mesma, de concretizar os seus desejos, ainda que na mais madrasta das condições.

No dia seguinte, percorreu todos os retratos, cuidadosamente. Mas não tinha o mesmo sabor, claro que não tinha. E, pela primeira vez na sua vida, deixou escapar uma breve lágrima de felicidade, pois desta vez tinha a certeza de que nada fora um sonho.

 

 

Tumblr_lvw4rzbkoa1qd76qco1_500_large