Retratos daqui
Natal, natal. Mais natal. Confesso que, este ano, devido a certas e determinadas circunstâncias, o espiríto natalício foi coisa que não simpatizou muito comigo.
Digo isto, porque muita gente se mascara, disfarça a sua natureza de sorrisos e falsa bondade, mas o seu íntimo resume-se a nada.
É certo que vivemos uma época na qual «crise», «medidas de austeridade» e «contenção» são uma constante. Dissertam-se opiniões acerca do mais correcto a fazer, criticam-se os governantes, atiram-se soluções ao ar, prediz-se o futuro do nosso país. Os mais poderosos usurpam os que têm menos posses, utilizando-os em seu proveito. Vivemos numa sociedade “elitista”, onde se privilegia o poder.
Temáticas bastante controversas como fome, solidão, desigualdade, injustiça, corrupção e precariedade, são manchetes de jornais diariamente, e que transcendem todo e qualquer breve comentário.
Portanto, eu não quero estar aqui com aquelas frases bonitas e sonantes que, sinceramente, começam-me a irritar profundamente.
Deixo-vos antes aqui o meu mais singelo apelo para aqueles que falam, criticam, passem a agir.
Aproveitanto esta quadra natalícia, porque não participar nos programas de voluntariado que se esforçam por proporcionar alguma dignidade a quem tem menos posses, ou apoiar monetariamente, e dentro da medida de cada um, essas instituições.
Esforcemo-nos então para - não diria erradicar mas- tentar reverter, ou minimizar, todas estas situações. Contribuemos, mais e melhor, como cidadãos activos conscientes e responsáveis que somos. Desempenhemos então o nosso papel. Só assim poderemos obter uma sociedade mais activista, empreendedora, tolerante.
E, claro, termino desejando-vos não um feliz natal, mas que sejam felizes, e que nos unamos neste ano que se segue, para uma sociedade melhor para mim, para si, para todos nós.