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Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

31
Jan12

Episteme do coração

Catarina Watson.

Assim que chegou a casa, rasgou todos os retratos, queimou as telas, deitou fora os pincéis. Apartir daquele dia, acabara-se a pintura, acabara-se a arte, acabara-se tudo o que remonta a sonhos e fantasia. Não podiam fazer-lhe isso, pensou ela.

Não, ele. Não a pessoa que ela mais amava neste Mundo. Mordeu os lábios e chorou. Expulsou tudo de dentro de si, de uma só vez. Pretendia que fosse rápido e indolor, era isso.

Afinal de contas, naquele dia, esmiuçaram aquilo que mais temia. Toda a sua vida preservara a autonomia e a privacidade. Sempre crescera no meio de discussões, conversas paralelas, pessoas dissimuladas, autênticas torres de marfim.

E ela, sempre de sorriso emoldurado no rosto, sempre com uma palavra sincera, bem-disposta, não precisava de muito: apenas que não a desnudassem, que não lhe arrancassem a verdade, nua e crua. E, agora, ali estava ela, completamente despida, desprovida de qualquer razão ou certeza. Sentia-se mentalmente vazia. Finalmente alguém tivera a capacidade de conhecer até o seu mais ínfimo pormenor. Sabia tudo acerca do céu, desde os planetas às constelações. Mas não era o seu alguém. Este tinha outros paladares. O outro, oh, o outro. Ela nunca o esquecera. Guardara todas as telas e pinturas que contruiram, outrora, em conjunto. Naqueles tempos em que ambos sonhavam mutuamente, apenas e só um para o outro.

Mas a vida é mesmo assim. Metaforicamente falando.

21
Jan12

Nota Mental: a mim e a ti, Zanetti

Catarina Watson.

 

 

 

Só para informar que este post vai ser altamente deprimente. Perdoem-me, mas eu preciso mesmo de escrever. É me completamente impossível transcrever para palavras tudo aquilo que estou a sentir. Todas as tentativas são meramente inúteis.

Alías, por muito que isto soe a um exercício mental masoquista, a minha intenção é interiorizar, de vez, que a minha vida mudou. MUDOU. Acabou. Percebe isso, Watson. Não quero atribuir culpas nem preocupar-me com trivialidades; Neste momento, basta. Contudo, por muito que me esforce, não consigo. Martirizo-me constantemente, dou atenção aos mais ínfimos pormenores. Tal vez a culpa tenho sido minha. Talvez tenha sido tua. Talvez tenha sido o Universo, que, por entre os seus interstícios, decidiu fundir duas almas de pólos iguais. E nós, pólos em extremos opostos, tentanto desafiar as leis da física e da natureza, tentamos unirmo-nos: ingenuamente fintar a cronologia normal, mas não conseguimos. Repelimo-nos.

Mas dói tanto. Cada centímetro que me tento mover para o lado oposto do Mundo, existe sempre algum atrito que me tenta mudar a rota; Persuadir. Vá lá, terminemos isto de uma vez por todas. Aqui ficam todas as memórias, todas as palavras, todos os segredos, todas as promessas, todos os sítios, todos os sonhos, todas as músicas. Leva-as todas contigo. Não me deixes nenhuma tua, e toma o destino inverso do meu. Fica com uma metade do Mundo, que eu fico com a outra. Nunca nos vamos oficialmente desprender. Teremos sempre uma ligação entre nós, claro está.  Só te peço que a guardes tão bem como eu - involuntariamente - faço.

Ora vai, parte. Deixa-me de uma vez por todas. E, por favor, nunca mais voltes atrás.

15
Jan12

MAS EU JÁ

Catarina Watson.

devia ter perdido esta minha promíscua ingenuidade. Ou então não, e começava a acreditar no destino.

Por favor, que seja o destino.

13
Jan12

Faça-me o favor de viver.

Catarina Watson.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ora, o calendário denuncia a minha falta de assiduidade para com a escrita. E, sinceramente, a minha consciência também. Mas digamos que o tempo não tem sido, de todo, o mais oportuno.

Estive a re(ler) todas estas palavras que para aqui fui rabiscando ao longo destes 5 meses. Muito honestamente muitas delas, neste momento, não faziam o mínimo sentido para mim, pelo que decidi camuflá-las.

Nos últimos tempos uma parte de mim tem andado como que adormecida. Afastei uns, aproximei-me de outros. E, agora, talvez me aperceba de que as escolhas não foram as mais acertadas. Portanto - sim, eu sei que já é um bocadinho tarde para estas "histórias" - já decidi começar este ano por um "re-make".

Pedir desculpa, quando o  devia ter feito há já algum tempo, afastar quem não merece, e, principalmente, tentar voltar a unir todas as minhas dóceis criaturas (apesar de cada um, à sua maneira, ter mudado).

Mas tentar não custa, claro está. Então, Watson, decide-te. Nada de arrependimentos de não se ter feito, de se ficar pelo hipotético.

Vamos começar, já amanhã. Afinal, estamos aqui para quê?

Como tu sabias, Chaplin, como tu o sabias!

02
Jan12

DEAR selfish me,

Catarina Watson.

 

 

 

 

 

 Agora, apesar de sonâmbula, amnésica, desligada, aqui estou eu.

E, mais uma vez, não sei o que dizer. Ou melhor, até sei. Não sei é como o dizer. Não consigo deixar de me martirizar. Consigo sempre, ainda que de uma forma ou de outra, magoar aqueles de quem gosto.

Pensei que, assim, talvez fosse melhor. Mas não é: dói muito.

E agora, porque sempre sonhaste pintar e coleccionar céus, não tens ninguém que te ofereça um só para ti.

Congrats, Watson. Congrats.{#emotions_dlg.ok}