"This pain is just too real, There's just too much that time cannot erase"
Hoje a M. despediu-se definitivamente dele. E não foi essa a única despedida. Muitos de nós nos apercebemos do quão ridiculos eramos, prestando atenção às coisas mais estúpidas e triviais, quando, o que era realmente importante, estava mesmo diante de nós.
Chorei. Nunca pensei que me afectasse tanto, assim como a alguns amigos nossos. O R. abraçou-a como nunca tinha visto, e chorou descompassadamente. A turma, onde sempre houvera rivalidades e conversas mesquinhas, estava ali praticamente toda por ela, e para ela. Tiveram a sensatez de pôr tudo isso de parte e, no fim, todos nós nos juntámos, partilhamos o mesmo espaço unidos por uma só compaixão.
Agora que reparo nisso, orgulhei-me deles. Orgulhei-me de saber que, na essência de cada um, não existem assim pessoas tão más quanto isso. Existem pessoas mal resolvidas consigo próprias e com a vida. Pessoas injustiçadas, ou que já sofreram muito. Mas nestes momentos em particular, a verdadeira natureza de cada um veio à superfície e isso, essa esperança, para mim, foi o suficiente.