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Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

23
Ago12

Pseudocrónicas de um Verão condensado numa varanda

Catarina Watson.

8 horas. O sol aproxima-se sorrateiramente do horizonte, num rasto alaranjado, denunciando a proximidade de mais um findar de Verão. Por esta hora a praia começa - finalmente - a ficar vazia, à excepção de um casal de namorados lá ao fundo, ou de criança ou outra que teimam em fazer mais um castelo de areia, ou comer uma bola de berlim, para grande impaciência dos pais, que reclamam "que já é tarde" e "temos de ir fazer o jantar". BOLAS DE BERLIM. Exactamente o que me faltava para terminar um dia de praia em pleno; perdoem-me as gorduras e os açúcares, mas praia sem bola de berlim não é a mesma coisa.

Um vulto um tanto ou quanto devanecido surge vagarosamente do fundo da praia. "É o senhor das bolas de berlim" penso eu, num primeiro instante, com o meu estômago.

Deixo-me ficar. Vejo as criancinhas a arrumarem as pás e os baldes, a cantarolarem uma qualquer canção, cujo nome me falha neste momento.

E o vulto continua lá. Aliás, aproxima-se cada vez mais na minha direcção e não, não é o sr. das bolas de berlim.

Mais alguns minutos e ela chega, finalmente, até mim. Exibe-me uma "mão cheia" de óculos de sol a "5 euros" (que anuncía num português «arranhado»), e carrega ainda às costas uma ínumera quantidade de vestidos, equilibrados em 3 (? acho que eram três) mochilas que carregava habilidosamente às costas. "Não, obrigado" respondo eu, parafraseando as centenas de respostas que aquele homem deve ter ouvido ao longo do dia.

Ele tenta prosseguir o seu caminho, na esperança de vender alguma coisa; no entanto, a areia atraiçoa-o, e ele escorrega. Caem-lhe algumas malas e são necessários alguns minutos consideráveis para que ele conseguiga, com uma mestria inesperada, voltar a suportar aquelas mochilas e toda aquela "tralha".

E isto fez-me ficar ali algum tempo a olhar para tudo e para nada, a pensar que "era só mais um", infelizmente "mais um". Passo os dias a ouvi-los de um lado para o outro na praia, a anunciarem variadíssimas coisas por uma bagatela, que muitos poucos compram.

Mas aquilo não é propriamente uma vida fácil, caramba! Andar horas e horas a fio pela areia quente e teimosa, sob o sol ou sob o vento, para ganhar - permitam-me a expressão- alguns trocos.

Estava eu perdida nestes pensamentos, quando procurei novamente por ele. Contudo, tudo o que restava eram as pegadas daqueles pés calejados de toda uma vida.

Bem, "mas já é tarde", "temos que ir fazer o jantar" e o melhor mesmo é arrumar a mala. O sol já se encontra praticamente escondido. Até amanhã.

 

 

14
Ago12

Tenho pernas ou braços??

Catarina Watson.

Sinceramente já nem sei. Passei o dia todo a carregar mobília, pintar paredes, envernizar chão e etc etc... Pois, mudanças. Como bónus, termino o meu dia mais branca que as paredes que pintei.

Entretanto ainda tenho a mala de férias para fazer (talvez ainda consiga passar aqui nos próximos dois dias), e mais umas quantas coisas por arrumar.

Logo à noite, por aqui, há o habitual fogo de artíficio das festas de Agosto; eu vou, não sei é muito bem com que energia, mas nem que me tenha de arrastar até lá; Festa, é festa!

O duche espera por mim. Até breve! :))

13
Ago12

4 paredes despidas e uma vida por contar

Catarina Watson.

Mudanças: desde sempre que, na sua verdadeira acepção, fazem parte de toda uma vida.

Algo que começa tem de terminar, - assim o dita o ciclo da vida. Desde os Homens, até aos objectos, passando pelas relações, tudo tem um início e um fim, que surge quando é necessário (eu, pelo menos, prefiro pensar assim).

Se eu pudesse definir toda a minha vida numa só palavra, condensá-la-ía em "mudança"; não só por tudo aquilo em que qualquer comum mortal se transforma ao longo da sua vida, mas antes por tudo o que me aconteceu nos últimos anos. Essecialmente por tudo o que me aconteceu nestes últimos anos.

Claro está que cada um tem os seus problemas, encarando-os na medida das suas possibilidades, isso é inquestionável. O que é certo é que as adversidades de uma vida nos fazem mais fortes. São esses problemas, esses ematomas que vamos ganhando, que nos tornam mais resistentes, nos fazem criar uma espécie de esfera auto-imune.

Depois de todas as metamorfoses que sofri, estou prestes a iniciar mais uma. Com esperança e sede de determinação. Positivismo, acima de tudo. Porque, regra-geral, prefiro acreditar que mudar é bom; que tem de ser bom e servir para aprendermos alguma coisa. Mas estabilidade também faz falta, e, qualquer dia, canso-me definitivamente de mudar.

 

 

 

05
Ago12

"A não ser para o amor. Corra sempre para o amor!"

Catarina Watson.

“Bonito serviço, Catarina. Muito bem.” – Repetia eu mentalmente, pela enésima vez, perdida no desespero de chegar ao metro a horas.

Eu e a minha mania de “meter o Rossio pela Betesga”. Sim, porque eu sou a típica pessoa do “estou mesmo a chegar”, quando na verdade acabo de sair do banho e, enquanto o cabelo “seca e não seca”, ainda dá para ir lavar os dentes, fazer a cama, espreitar o site da meteorologia, ou apanhar a roupa. E, como devem imaginar, isso nem sempre corre da melhor forma.

Foi o que aconteceu naquele dia.

Já devia estar no estágio há imenso tempo, mas ainda tinha o pequeno-almoço para tomar e de ir tratar de uns assuntos antes de lá chegar. No meio da minha maratona matinal para entrar naquele que me levaria até ao meu destino, embati num idoso que levava vários livros e o típico jornalinho debaixo do braço.

“Desculpe” – disse eu e apanhei desajeitadamente algumas coisas do chão e continuei a minha corrida.

Mas, ao contrário daquilo que seria habitual, este senhor nem reclamou “dos jovens de hoje em dia”, nem me insultou, nem se pôs para ali a dissertar acerca da perda de valores da sociedade. Sorriu-me.

Finalmente cheguei ao metro. “Uau, um lugar sentada” – pensei.

Seitei-me então no lugar que me estava destinado, ao pé da janela – a sério, janelas de metro/autocarro/comboio são, definitivamente, o melhor (?) sítio para filosofar.

Nisto, começo a tirar os papéis para a minha apresentação que seria dali a mais ou menos 45 minutos, para os reler uma última vez.

Mas, para variar, não me valia de nada estar a tentar memorizar um discurso todo bonito, porque no fim acabaria sempre por sair uma improvisação de última hora. Então desisti. E, qual não é o meu espanto quando à minha frente estava o sujeito a quem derrubara os livros, instantes atrás.

“A menina devia andar com mais calma” – disse-me ele.

Eu esbocei um sorriso um bocado embaraçado, mas foi o que me saiu, porque conversas de circunstância nunca foram o meu forte.

“É que estou mesmo muito atrasada, e tenho compromissos importantes” – atirei eu para o ar.

E ele, responde-me: “Atrasada? Oh menina, oh menina. Esse é o mal de hoje em dia: andamos sempre todos atrasados; corremos atrás dos nossos compromissos. Para quê? Diga-me, para quê a urgência dos horários, o drama do atraso?”

“Realmente” – pensei para comigo. Mas acabei por responder: “Pois… sinceramente também não sei”. 

Tínhamos acabado de chegar à minha paragem, e levanto-me, aprontando-me para sair.

E nisto, vira-se o senhor para mim: “Oh menina, não tenha pressa para nada. A não ser para o amor. Corra sempre para o amor!”

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04
Ago12

Passam bem sem ler isto, mas tem mesmo de ser.

Catarina Watson.

Pessoas fofinhas/simpáticas/inspiradoras e outras que tais que lêem o meu blogue,

 

Faz este mês precisamente um ano que comecei este espaço de "qualquer coisa que não sei especificar o que é". Incialmente fi-lo por mera curiosidade, mais na onda do "deixa-me cá ver o que é que isto dá".

Mas à medida que vos fui descobrindo e conhecendo as vossas histórias, senti a necessidade de também vos dizer/transmitir alguma coisa, por pouca que fosse.

"Ah e tal o meu blogue faz um ano" - isto pode soar um tanto ou quanto clichê; no entanto, o meu verdadeiro objectivo era agradecer-vos por tudo aquilo que partilharam comigo, pelos vossos comentários, pelas vossas opiniões, por certas palavras que necessitava de ouvir naquele exacto momento. Porque, no fim de contas, aquilo que escrevo não sou só eu, mas também aquilo que me rodeia.

Agora veremos  o que se sucederá daqui para frente.

Desde já, a todos vocês, o meu mais sincero OBRIGADO.

 

Catarina Watson