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Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

25
Set12

Para o cimo dos cimos

Catarina Watson.

Minha pequenina,

 

Hoje venho falar-te de Máscaras. Aqui, ali. Em todo o lado. Queres respirar, mostrar-lhe que vale a pena, mas não consegues. Tu percebes.

Eu e o «não» sempre tivemos uma relação muito intimista desde sempre, e ele teima em não me largar. Ora viste? 

Mas já nem quero saber disso. Enquanto conseguir correr, desbravar orlas e não me deixar sucumbir pela aridez do seu deserto, eu farei tudo o que me é possível para chegar até ti. Pode tardar, mas irei.

O mundo dos Homens é muito complicado. E feio. Acima de tudo feio. Mas tu não precisas de te preocupar com isso, terás muito tempo. O teu próprio tempo. Entretanto, irás pensar que podes decidir que queres pensar «branco» ou «preto», mas um ignorante qualquer atravessar-se-á no teu caminho e dizer-te que tens de pensar «cinzento». Porque o cinzento é muito mais fácil, tornas-te igual aos outros. E isso é que é preciso! Temos de ser iguais e acobardarmo-nos, não podemos ser diferentes.

Mas, minha querida, nunca acredites nisso. Lembra-te. 

Sabes que gosto mais do papel, para leres, amarrotares, (des)dobrares um sem número de vezes e guardares no bolso. Mas como decidiste dificultar-me esta tarefa, não permites o papel. E já me fizeste sorrir. Sabes porquê? Porque são pessoas como tu, que dificultam as coisas mais banais, que nos lembram que vale a pena viver. Vale a pena ser diferente, com tudo o que isso acarrete de bom, ou mau. Mas vale a pena.



Toma conta de ti,


Catarina W.

 

 

17
Set12

olha que giro, são pessoas.

Catarina Watson.

Querem começar, mas não sabem como. Estão a ver? Pois. 

Sentes-te observado, passam por ti sem dizer "adeus", mas olham para trás, mal viras costas.

Ou então não. Podes estar rodeado de gente, mas tão, tão, tão vazio.

Ao teu lado está alguém exactamente assim, e tu não sabes. Pode estar bem perto de ti, na tua rua, até.

Gritas e deixas a raiva tomar conta de ti, mas não choras. Porque ele ensinou-te que as lágrimas não se oferecem ao mundo assim, de mão beijada.

Algum tempo depois ris descontroladamente. Irónico, simplesmente irónico. 

"Ai as pessoas desiludem-me". Pois desiludem, querida. E não são poucas. Tu também desiludiste alguém, podes não saber. Eu também, deixa.

Andamos todos no mesmo barco, à procura de um porto que não sabemos muito bem qual é. Por enquanto chega-nos olhar para o vizinho do lado e ver como ele vai suportando a maré. O que importa é ir suportando, sabes. Qualquer dia fartas-te, fartas-te desse impasse, de esperar por alguém que perceba as tuas entrelinhas, e abandonas o barco de vez.

 

11
Set12

Trata bem de ti

Catarina Watson.




 

Minha querida,

 

Apesar de me passarem um «sem número» de imagens pela cabeça que me agoniam, quero apenas que saibas que tens toda a minha força. Sabes que, para ti, tenho sempre de mostrar o meu lado de "irmã mais velha". Vá, podes rir-te, que eu não me importo. Pelo contrário. Mais do que em qualquer outra altura, sorri. Não tenhas medo. Podes ir, liberta-te dele e de tudo o que aqui tens. Podes também fazer essa tua cara de desconfiada a que me habituaste, quando eu te contava as Histórias mais incríveis que sabia. Nunca te disse, mas muitas delas fui eu que as inventei, naquele mesmo instante. Só para ver nascer em ti um sorriso rasgado, ou ver os teus olhos brilharem.

Agora que tens na palma da tua mão a hipótese de inventares a tua própria história, não a largues. Guarda-a bem junto a ti. Vai de uma vez, e nunca temas.

Eu continuarei sempre aqui. Nem que aqui signifique desbravar caminhos, conhecer lugares antípodas, atravessar um oceano. Sou eu e tu, como sempre fomos. Por isso aqui será sempre onde tu estiveres, lembra-te.

 

Tua, C.W.

10
Set12

Dejá-ecouté

Catarina Watson.

A felicidade tem destas coisas: manhãs de nevoeiro, tardes na praia, noites quentes ( repletas de estrelas com luas grandes), boa música, bons livros, filmes, e boas companhias com momentos e conversas decisivas.

Mas as manhãs não têm todas nevoeiro, não consigo passar todas as tardes na praia, nem todas as noites são sequer quentes, etc, etc.

Existem horas vazias que gostavas de preencher com qualquer coisa que não sabes muito bem o quê.

Talvez até saibas, num qualquer recanto do teu corpo. Mas preferes remeter-te ao silêncio. E eu não percebo, portanto, tal como tu, entrego-me ao silêncio.Tumblr_ma1nzz7pvp1qbjt25o1_500_large

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