não percebas
Tentei e voltei a tentar. Mais teimoso que eu, não me deixou. Então resignei-me e decidi guardá-lo comigo. Talvez esteja destinado a ficar comigo, para que daqui a alguns anos olhe para ele e me lembre de como tudo era antes.
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Tentei e voltei a tentar. Mais teimoso que eu, não me deixou. Então resignei-me e decidi guardá-lo comigo. Talvez esteja destinado a ficar comigo, para que daqui a alguns anos olhe para ele e me lembre de como tudo era antes.
Cansada. Cansada de fingir que gosto, cansada de assentir que sim com a cabeça, cansada de esboçar sorrisos. Cansada de pensar nos outros. Cansada de pensar no que pensam os outros. Deixem-me estar, sozinha. Deixem-me, simplesmente.
Olá a todos, desculpem a ausência mas estive numa "relação complicada" com as frequências. Neste momento ainda preciso que me belisquem, porque este é, segundo consta no meu calendário, o meu primeiro dia de FÉRIAS.
Um Bom Natal para todos vós, saúde e esses clichés habituais mas necessários, e festejem com os que mais amam. Eu prometo dar notícias em breve.
Ora, aceitando o desafio do SAPO este mês, aqui fica a minha apreciação crítica de “Ensaio sobre a Lucidez” de José Saramago.
Este romance de José Saramago é como que o «sucessor» do livro "Ensaio sobre a Cegueira", pois inclui grande parte das personagens deste último, salientando-se ao longo de toda a obra a antítese "cegueira"/"lucidez". Em "Ensaio sobre a Lucidez" a acção constitui toda ela uma metáfora, que critica o governo e hierarquias da nossa sociedade, e foi precisamente a sua temática que me motivou a ler este livro, além de que já tinha ouvido bons comentários acerca da obra.
Para todos aqueles que tiverem curiosidade, posso adiantar que o enredo gira em torno das eleições realizadas numa cidade (aparentemente) surpreendida por significativos números de abstenção, onde se evidencia a "cegueira" do poder politico que se esforça por responsabilizar alguém -que não ele próprio - por toda aquela situação.
Apesar de já ter ouvido falar na obra "Ensaio sobre a Cegueira", nunca tive contacto com ela e, portanto, no inicio de "O Ensaio Sobre a Lucidez" tornou-se um pouco confusa a compreensão de toda a história: não só pelas personagens que acarretavam consigo toda uma história antecedente, mas também pela escrita singular de José Saramago. Na minha opinião esta é uma obra que exige alguma maturidade enquanto leitores, pelo que, para jovens da minha idade, acho que ficamos sempre aquém das segundas interpretações dissimuladas pelo escritor nas entre-linhas. Portanto, daquilo que consegui reter, saliento a critica intemporal aos governantes desta cidade, sinédoque de tantas outras. Mas o que, na verdade, podemos concluir através da leitura deste livro é que devemos ter a lucidez necessária para conseguir viver no seio desta nossa sociedade, onde muitos - comandados pela ambição- abusam do poder e de todos aqueles que se encontram em hierarquias inferiores. No fim de contas, não somos assim tão diferentes dos "cegos" que co-habitam connosco , aliás, muitas das vezes nós próprios nos deixamos contagiar por essa mesma cegueira, não olhando a meios para atingir os fins que pretendemos. E é assim que, através de multiplas metáforas, Saramago transpõe para o papel toda a maldade, fragilidade e corrosão da sociedade moderna, questionando a eficácia da democracia.