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Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

Tens a loucura que a manhã ainda te traz

Este blog resume-se, basicamente, aos meus devaneios mentais.

14
Set14

A culpa (é mesmo) da praxe

Catarina Watson.

 

Há um ano atrás, por esta altura, entrava eu naquela que me diziam vir a ser a escola onde passaria os melhores anos da minha vida: os anos de estudante universitária. 

Lembro-me de entrar a achar que o mundo era cor-de-rosa, cheia de medos, que eram quase nenhuns quando comparados com o desejo de viver tudo isso que me prometiam.

Como a felicidade não é eterna, quando caí em mim vi-me sozinha. Não tinha os meus amigos comigo. Não tinha os meus pais. Senti que me deixaram numa casa com estranhos. Não conhecia ninguém. 

Essa foi a primeira bofetada de luva branca que levei, quando comecei a assimilar que, com tudo de bom e com tudo de mau que isso possa acarretar, estava por minha conta.

Primeiro dia de aulas. Enganos nos autocarros/destinos. Não se conhece a cidade. Nos entretantos das pressas, chega-se à universidade. Não sabia horários, não sabia turmas, não conhecia a escola. Estava outra vez a saltar sem rede.

Enquanto a sensação de perda me atravessava a mente, ouço gritarem por mim. Olho para o lado vejo uma capa preta. Senti um misto de alegria e de medo, algo que ainda hoje não sei explicar. Mas estavam a chamar por mim, tinha ali aquela capa preta a receber-me.

Rapidamente me ocupei o lugar que me indicaram, ao lado de estranhos, que hoje são colegas, amigos, com quem partilhei alguns bons e maus momentos.

Alguns desse momentos vivi-os ali, por detrás do portão daquela escola, mas fora das salas de aula: na praxe. Esfolei as mãos, chorei, gritei, quis desistir e voltar para casa. Mas algo no meu íntimo me dizia para continuar; Vivi experiências que me fizeram não desistir; Houve alguém, hoje minha madrinha académica, que nunca me deixou desistir de nada. E ainda bem. Obrigado. Volto a dizer, obrigado. Porque as dores de garganta, ou as dores nos braços das flexões não foram quase nada quando comparadas com a alegria que sentia ao ver tanta gente reunida pelo mesmo fim. Passados os primeiros dias, comecei a perceber o porquê de estar ali. Comecei a ver os frutos de tudo aquilo. Chorei mais algumas vezes. Mas desta vez de alegria. De ver que o meu, o NOSSO esforço conseguiu culminar num bom resultado, e que pessoas totalmente desconhecidas e com personalidades divergentes se reuniam, despindo-se de tudo isso, e partilhavam as mesmas histórias.

Foi essa a magia da praxe. Longe de humilhações, mas sempre com o respeito como mote. 

Ainda ontem me lembro de ver tantos e tantos sapatos pretos. Mas hoje sou eu que calço os sapatos pretos, que carregam neles uma parte significativa das experiências que fizeram de mim aquilo que sou hoje. Hoje sou eu que vou receber e acolher. Ou, pelo menos, tentar. Porque, não devem calcular, mas hoje sinto-me tanto ou mais aterrorizada do que no primeiro dia em que atravessei aquele portão. Já não vou ter lá ninguém à minha espera, sou eu que vou esperar. Sou eu que vou ter de, tal como me fizeram a mim, mostrar que desistir não é a solução para nada. Vou, mais uma vez, saltar sem rede. Com tudo de bom e de mau que isso acarreta.

 

Que sejam bem-vindos e que, no fim, os vossos olhos se inundem da recompensa e da felicidade que eu senti quando olhei para tudo aquilo que vivi.

03
Set14

Quantas pessoas já atropelaste?

Catarina Watson.

A pergunta que (quase) todos os dias me fazem. Vim para Lisboa (tentar) tirar a carta. Comecei a condução. Faz-se, o código é que, para mim, é o pior. Mais uma semaninha e depois volta tudo ao mesmo.

 

 

Ah! E a resposta à pergunta, tal como o conteúdo deste post, é obviamente: 0.