apertos do coração
Se tiverem alguém que gostam mesmo, que vos aperta o coração e vos rouba pensamentos, não a segurem, soltem-na.
Aliás, tiverem ? Esqueçam. Nós não temos, nem somos de ninguém. Somos nós. Nós e os outros, que nos entretantos nos encontram (ou, antes, que nós encontramos), com quem ficamos, sorvemos o máximo que podemos e continuamos. Até hoje conheci uma única exceção e que desejo (secretamente com toda a minha força) que permaneça para sempre exceção. A minha - e por que não- a nossa exceção. Precisamos uns dos outros, para nos rirmos, para chorarmos, para amarmos, para fazermos sofrer e sermos magoados. Precisamos de deceções e vitórias. Acima de tudo, precisamos de sede de mais, do amanhã, do depois, do daqui a nada. Não apertem, não sufoquem. Quem quer ficar tem mesmo de querer. Esta devia ser das lições básicas que no mundo perfeito (e mais enfadonho, convenhamos) viriam no livro de instruções do ser humano. Assim toda a gente aprendia e pô-lo-ia em prática muito mais facilmente. Ao contrário de mim, que não o li e aprendi isso da pior maneira.