Espigar um bocadinho
Ainda há pouco andava pelo nosso tão querido facebook, quando dei de caras com um "um dia de felicidade que consigo. tinham de ser os meus pais a acabar com ela" (com uma data de erros pelo meio - mas isso, por aqueles lados, é o «pão nosso de cada dia»), de uma miúda aí com os seus 12 anos.
Imediatamente, começaram a nascer "estados", de pessoas muito mais velhas- cuja idade deveria ser sinonimo de sensatez- em jeito de resposta, do tipo " muitos nem pais têm, devias saber dar valor".
OK, ok. Vamos por partes: apartir do momento em que aceito meros "conhecidos", sujeito-me a deparar-me com estados destes, adolescentes que se revoltam contra o Mundo, amigas que se amam muito, namoros cuja eternidade corresponde a 5 dias. Sim, de facto, a culpa é minha, porque aceito tais personagens.
Mas, sinceramente, o que me incomoda mais nem são essas manifestações "sentimentais" de adolescente, não. O que me incomoda profundamente, é ver que adultos ou pessoas significativamente mais velhas atribuem tamanha importância a tais coisas, ao ponto de se manifestarem perante amigos e desconhecidos.
Poderia falar aqui dos "adultos" cada vez mais precoces; Poderia falar na exposição exagerada de algumas crianças; Poderia falar de muita coisa, realmente.
No entanto, o que eu fiquei a matutar foi que - claro que devemos valorizar aquilo que temos e ter o discernimento de analisar aquilo que merece, ou não, a nossa apreciação - mas por favor, cada qual como cada qual.
Afinal de contas- com algumas mudanças devido à era tecnológica em que nos enquadramos- a adolescência sempre se caracterizou por manifestações de rebelia, intensa energia, vontade de viver, pela efemeridade de sentimentos; apenas se passou a servir de meios diferentes para os expressar.
Daí a minha dúvida persistente: Para quê valorizarem isto? São adolescentes, oh santo deus.