Crónicas e metáforas nunca se deram bem.
Há uma determinada altura da vida em que achamos que conseguimos pegar nas pessoas, ligá-las umas às outras e formar uma corrente que nos pertença, que nos envolva, que nos proteja.
Mas, algum tempo depois, apercebemo-nos de que não conseguimos. Tu, uma pecinha igual a tantas outras, não tens a força, nem muito menos a agilidade necessária para te encarregares de ti próprio (quanto mais das outras).
Então deixas a ideia de parte, por muito que te custe.
Com o decorrer da vida, passas por alturas em que precisas de mais força do que outras e reparas que não tens a tua corrente contigo. Mas vê bem: seguraste-te!
Então é aí que olhas à tua volta e vês que todos procuram a mesma coisa. Querem juntar-se a alguém ou alguma coisa, sentir que pertencem e que possuem.
E tu observas. Não sabes se hás de avisar, ou não. Até que tentas, tentas explicar-lhes que também já 'tentaste' e é complicado. Há sempre alguma peça mais revolta, agitada, ou com mais força, sob a qual não consegues ter controlo.
Explicas-lhe que é difícil, mas não acreditam em ti. Preferem acreditar que é possível. Sonham. E tu, deixa-os simplesmente sonhar, continua o teu caminho.
Quem sabe, um dia, não os voltes a encontrar numa qualquer subida a precisar de tanta segurança quanto tu; Ou então não, e nunca mais se voltam a ver. Esta era apenas a "desculpa" arranjada pelo destino para vos separar. E eu, na minha modesta opinião e neste preciso momento, prefiro deixá-lo fazer o seu trabalho.